Foi Coco Chanel quem viu nas listras dos uniformes de marinheiros franceses o que se tornaria mais um de seus clássicos: roupas e acessórios com inspiração náutica, cortes simples e muito estilo

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A principal marca do trabalho da estilista francesa Gabrielle “Coco” Chanel foi colocar a moda a serviço da praticidade, provando que, nem de longe, isso significaria abrir mão de elegância. O século 20 não, pelo menos quando o assunto é moda, não foi mais o mesmo quando ela tomou para si a “missão” de libertar as mulheres dos espartilhos, vestidos estruturados com metros e metros de tecido e chapéus tão mirabolantes quanto desconfortáveis. Em uma de suas célebres e polêmicas frases, a designer chegou a afirmar que “disfarçar-se é encantador, parecer disfarçada é triste”.

Foi com esse o lema que ela investiu na popularização do tailleur – não criado por ela, mas que seguramente não teria o status que tem hoje sem seu star quality. Em 1916, Chanel inovou ao usar o jérsei, antes restrito aos forros das roupas, na confecção de seus conjuntos de saia e casaqueto.

A versatilidade também deu o tom da criação, em 1926, de seu le petit robe noir, o prático tubinho preto – numa época em que a cor era usada apenas em situações de luto. Ao passo que, em 1955, foi Chanel quem apresentou ao mundo a primeira bolsa a tiracolo, deixando as mãos das mulheres livres para os novos tempos.

Um pouco de história

Outro grande interesse da estilista eram os contrastes – unir o preto ao branco, o marinho ao cru. Combinações até então deixadas de fora da concepção de ´bom gosto´. Essa predileção deve ter falado alto quando, no início da década de 1910, Chanel se encantou com a simplicidade das “camisetas” com listras usadas pelos marinheiros e pescadores na costa francesa, durante uma estadia à beira-mar. Mademoiselle sentiu a brisa trazida pela novidade, a proximidade com o mar que ela carregava, e tratou de levar esse clima para terra firme.

A peça tem origem na região costeira da Bretanha, com marinheiros que passaram a usar o modelo como uniforme (naquele caso, com exatas 21 listras horizontais – uma para cada vitória de Napoleão). Esse surgimento, por sua vez, já estava ligado à funcionalidade: o decote (curiosamente, em formato barco) permitia rapidez ao vestir, e a padronagem contrastante facilitava a localização de homens à deriva. Fabricado localmente, e em lã e algodão, o uniforme acabou sendo adotado pela Marinha em toda a região do norte da França.

Numa viagem à região, Coco Chanel teve seu primeiro encontro com as listras. E, sempre atenta ao espírito do seu tempo – quando não se adiantava a ele –, incorporou o estilo em suas criações, apresentando-o em uma coleção de tema náutico, em 1917. E não apenas isso. Ela própria passou a ser vista usando as tais blusas listradas, em looks combinados com calças largas e de corte reto. Não demorou para que a elite da época adotasse os novos tops – muitas vezes usados sob blazers, em ocasiões casuais.

De vento em popa

Hoje, o estilo navy tem lugar garantido quando o assunto é moda básica – e conquistou outras estações do ano para além do verão.

Ainda que haja alguns “códigos” que o definam – entre eles, o vermelho, o azul-marinho, o branco e o preto como cores principais; a modelagem clássica; muita alfaiataria e cinturas altas (além, claro, das listras) –, a ideia é velejar livre pelo mar de combinações acumuladas por décadas de releitura. Do look bon-vivant de Pablo Picasso ao toque inevitavelmente sexy dado por Brigitte Bardot ao adotar o estilo, passando pelas criações de Jean Paul Gaultier (ele próprio sempre visto com uma “baby look” navy).

Embora o estilo tenha suas cores, cortes e tecidos de excelência, o território livre da moda absorveu outros elementos com o passar do tempo  que renderam uma deliciosa variações.  O navy atualizou-se  com o século 20 e a entrada do século 21. Continua simples e elegante como sempre  – e mais versátil do que nunca.

Looks com peças MyBasic de inspiração navy

é um basic quentinho e atemporal, podendo te acompanhar por vários invernos. Possui modelagem mais larguinha e estampa de listras, trazendo ainda mais charme para esta peça. É feita em fios de algodão, o que garante toque macio e muito conforto.

Para quem deseja composições mais despojadas, que tal partes inferiores de comprimento mais curto? Finalize com acessórios divertidos e sapatos confortáveis. Já para quem deseja opções mais sofisticadas, que tal compor com peças de corte mais fino? Finalize com sapatos de salto e acessórios delicados.

Nem leve, nem pesado, nosso cardigan Morélia é perfeito para o clima de meia estação. Com modelagem ampla e mangas levemente bufantes, feito em fio misto de algodão com acrílico que confere toque macio e durabilidade.

Nosso vestido alsácia é uma peça de malha com manga 7/8 confeccionado e pensado exclusivamente para gestantes com muito carinho. Com modelagem e caimento perfeito, o vestido possui elástico nas laterais na altura da cintura para se adequar com a barriga de mês a mês, conforme o crescimento do neném.

1 thought on “A onda navy”

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