Mulheres conscientes – Stephanie Ribeiro, designer, arquiteta e autora da coluna Black Girl Magic, na revista Marie Claire

No mês dedicado à mulher, a MyBasic criou uma campanha linda para celebrar a pluralidade feminina. Mas mais que isso, uma oportunidade para inspirar e ajudar outras mulheres a estarem conscientes – sobre seu papel no mundo, sobre si mesmas e sobre questões importantes como a diversidade, a inclusão e a sustentabilidade. Tudo o que é a cara da MyBasic.

Para concretizar essa ação, foram convidadas seis mulheres incríveis, empreendedoras e corajosas, atuantes em áreas diferentes e que têm, em comum, a consciência sobre o papel do feminino na sociedade e a preocupação com discussões atuais e urgentes – entre eles, a sustentabilidade, um dos nortes na maneira de produzir da MyBasic.

Fizeram parte dessa história, a consultora de imagem Helena Branquinho; a ativista feminista negra e colunista da Marie Claire Stephanie Ribeiro; a roteirista e criadora da Rede Manual Karine Rossi; a figurinista de TV Marina Sanvicente; a psicóloga social e idealizadora da ONG Atuação no Mundo Renata Brunetti; e a especialista em moda e sustentabilidade Mariana Villaça.

 

Aqui, a gente reuniu os principais tópicos abordados no papo que tivemos com Stephanie Ribeiro, enquanto ela escolhia alguns dos looks MyBasic para a sessão de fotos da campanha.

Feminismo e visão de mundo

“O modelo masculino de concepção e produção é um modelo de larga escala e de grande exploração. A gente vê isso no mundo que a gente vive agora. Já o olhar feminino, com uma visão ética e de contexto, sempre tem a preocupação de atentar para cadeia toda e não somente o produto final e lucro em cima dele.  Eu vejo muito essa diferença na forma como as mulheres produzem porque, querendo ou não, a gente foi muito relegada ao lugar do trabalho que não é valorizado, não é inclusive remunerado – que é o trabalho doméstico, que a maioria das mulheres no mundo faz. E por conta desse lugar, dessa condição de gênero, acho o olhar sobre as coisas que a gente produz e consome é diferente”

Look monocromático: Stephanie usa camisa Tenerife e calça Carrot Catalunha, ambas na cor açafrão

Conscientes de seu valor

“O mais importante de falar do trabalho de outras mulheres, quando elas criam coisas, é que talvez uma pessoa que não está valorizando seu próprio trabalho – ou nem está vendo aquilo como um trabalho, que é uma coisa que eu percebi muito nessas discussões todas – pode conseguir uma ajuda nesse sentido. Eu vi mulheres que tinham dificuldade de precificar seus produtos. Era um trabalho incrível – teve casos que eu mesmo comentei que estava barato demais para o que a coisa valia. Mas acho que é uma dificuldade de ver o próprio trabalho da forma que outras viriam porque são muitas camadas que se sobrepõem: gênero, necessidade, a pressão de pessoas que dizem que está muito caro. É a desvalorização do trabalho feminino de forma geral”

Pluralidade 

“Eu me coloco como uma feminista negra e todos os artigos e textos que já escrevi sempre foram nessa perspectiva de a gente tentar trazer, as mulheres inclusive, para uma discussão que ajude a entender a diversidade e a pluralidade – porque até mesmo entre nós, mulheres negras, somos diferentes. Eu acho mesmo que as pessoas acreditam que existe um modelo único, o que é muito ruim para nós, enquanto mulheres, porque você acaba às vezes fazendo coisas sobre sua própria vida, suas próprias escolhas, porque você acredita que tem que se encaixar num modelo do que é ‘ser mulher’. Modelo esse que você não definiu. É um modelo que muitas vezes vem pronto, e talvez você não se encaixe. E isso em todos os sentidos, desde o subjetivo até o seu físico. Alguém diz que você tem que ser de tal forma esteticamente, que tem que ter determinado tipo de cabelo, e também diz como você tem que se comportar, como tem que falar, do que tem que gostar – se você não gosta, você é o produto que deu errado”

Básico e sofisticado: regata cropped Vernazza combinada à saia midi Pienza, as duas em off white

 

A coluna Black Girl Magic, na revista Marie Claire

“Quando eu comecei a escrever, muitas mulheres negras ficaram extremamente felizes. Mas depois, quando eu comecei a falar de mulheres negras que estavam criando objetos, empreendedoras, eu achei que as pessoas não fossem gostar porque eu não estava fazendo um trabalho que fosse diretamente a algo mais ativista. É uma coisa que era um interesse pessoal meu. Eu quero consumir coisas diferentes, descobrir marcas conscientes e vou atrás disso. Mas eu tive uma resposta muito positiva nesse sentido, o que me fez pensar que, no fundo, a gente tem uma carência de representatividade também nisso. Eu imagino que as pessoas pensam que as mulheres negras não vai ter interesse em usar um produto mais sustentável. O que é uma falácia, porque existe uma demanda gigantesca, toda uma população que se formou, que se capacitou, que viaja, que consome, mas que o mundo ainda vê só numa perspectiva de luta pela sobrevivência. Mas não, a gente já tem uma camada – e acho que principalmente de mulheres – que estão vivendo a vida, estão refletindo, estão atuando em suas comunidades, em suas redes, estão refletindo sobre todo tipo de assunto”

As gravações e sessões de fotos aconteceram antes da pandemia de coronavírus. Nenhuma das pessoas envolvidas foi exposta à contaminação durante essa produção

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