Mulheres conscientes – Renata Brunetti, psicóloga social e idealizadora da ONG Atuação no Mundo, que conecta demandas socioambientais com pessoas e recursos.
No mês dedicado à mulher, a MyBasic criou uma campanha linda para celebrar a pluralidade feminina. Mas mais que isso, uma oportunidade para inspirar e ajudar outras mulheres a se conscientizarem – sobre seu papel no mundo, sobre si mesmas e sobre questões importantes como a diversidade, a inclusão e a sustentabilidade. Tudo o que é a cara da MyBasic.
Para concretizar essa ação, foram convidadas seis mulheres incríveis, empreendedoras e corajosas, atuantes em áreas diferentes e que têm, em comum, a consciência sobre o papel do feminino na sociedade e a preocupação com discussões atuais e urgentes – entre eles, a sustentabilidade, um dos nortes na maneira de produzir da MyBasic.
Fizeram parte dessa história, a consultora de imagem Helena Branquinho; a ativista feminista negra e colunista da Marie Claire Stephanie Ribeiro; a roteirista e criadora da Rede Manual Karine Rossi; a figurinista de TV Marina Sanvicente; a psicóloga social e idealizadora da ONG Atuação no Mundo Renata Brunetti; e a especialista em moda e sustentabilidade Mariana Villaça.
Aqui, a gente reuniu os principais tópicos abordados no papo que tivemos com Renata Brunetti, enquanto ela escolhia alguns dos looks MyBasic para a sessão de fotos da campanha.
Olhar feminino e mudanças ao longo do tempo.
“A mulher sempre foi algo um pouco à parte da sociedade, considerada um elemento quase que decorativo, e não como uma ferramenta para mover a sociedade para a frente. Quando eu comecei, fiquei muito surpresa, em primeiro lugar, por conhecer e entender um pouco melhor o que é essa discriminação que a mulher sofre – em termos até físicos mesmo – e como a gente pode ir vivendo sem olhar para isso, sem dar para isso o peso devido. Por outro lado, existe o desperdício de uma inteligência [feminina], de um conhecimento que é superimportante para a gente poder andar para a frente”
A boa diferença
“A mulher tem uma forma de lidar com as coisas que é diferente do homem – pelo menos até agora, enquanto a sociedade cria a mulher de forma tão diferente do que cria o homem. Por essa razão ela acabou, de fato, adquirindo uma maneira diferente de ser. Eu até, honestamente, nem sei como vai ser no futuro, tendo em vista que já estamos vendo tanto homens quanto mulheres sendo criados para serem iguais. Eu espero que isso não abafe o diferente que existe entre um homem e uma mulher, mas que reforce diferenças com respeito – que é o que falta hoje”
Mulher e maternidade
“O homem era o provedor que saía de casa para prover o lar, e a mulher ficava cuidando do filho, fazendo quase que um favor para o marido. E isso foi criando papéis, claro. O homem não sabe trocar frauda? Olha, a mulher também não até que ela aprenda. Agora, a mulher desde menina brinca de trocar frauda das bonecas – e os meninos estão brincando de carrinho… E depois o discurso é que o homem não tem coordenação motora para lidar com o bebê? Isso não é verdade”
Unir para mudar
“Acho que a melhor postura para contribuir para mudanças é questionar. Sempre. A profissão de motorista de caminhão pesado – só um exemplo – é 100% masculina porque precisa ser grande e forte? Mas não existem mulheres grandes e fortes? E não existem homens pequenos e mais delicados? Então o homem pequenininho tem que se matar para virar grande e forte – e não vai conseguir, poque é uma questão de físico – e a mulher grande e forte tem que ficar brincando de mimosa, com coroinha de rainha mesmo sem se ver naquilo? Então, tem uma bobagem nisso”
Mitos sobre a mulher
“Na minha geração era comum dizer ‘cuidado com amizades femininas, mulher não é confiável’. Só que as mulheres competiam mesmo. Na minha época, a gente ia para uma festinha e a mulher não podia chamar o rapaz para dançar. Ela tinha que esperar o rapaz ter vontade de dançar com ela. Só que se o homem escolhesse outra garota, era uma derrota para quem não foi escolhida. Então, quer saber? Tomara que a outra menina fique bem feia mesmo para eu ganhar a dança. Ou seja, a mulher era um troféu mesmo, que ficava lá esperando ser escolhida, ser notada pelo olhar masculino. É claro que isso gerou uma disputa entre as mulheres. Como eu poderia me entregar numa amizade de verdade com outra mulher num contexto desses?”
As gravações e sessões de fotos aconteceram antes da pandemia de coronavírus. Nenhuma das pessoas envolvidas foi exposta à contaminação durante essa produção